Como medir o impacto dos ambientes de inovação? Iniciativa vai buscar novas metodologias
Trabalho ligado ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (Spai) e realizado numa parceria com as universidades públicas paulistas vai desenvolver ferramentas para medir valor gerado a partir dos investimentos na área
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Publicado: 23/04/2025 às 14:16

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Uma parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Estado de SP com a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e as universidades estaduais públicas paulistas, entre outras instituições, vai promover o projeto Jornada dos Ambientes Paulistas de Inovação (Japi). O trabalho coletivo pretende desenvolver modelos, indicadores e práticas que possibilitem a avaliação sistêmica dos ambientes de inovação ligados ao Spai (Sistema Paulista de Ambientes de Inovação). Além disso, busca uma gestão mais eficiente dos investimentos públicos, a criação de uma plataforma digital interativa e o fortalecimento da governança colaborativa, na qual atuam poder público, startups e deep techs, universidades e centros de pesquisa, além de empresas em geral.
A Jornada dos Ambientes Paulistas de Inovação foi lançada na última terça-feira, dia 22 de abril, no auditório da SCTI, no bairro do Jaguaré, zona oeste da cidade de São Paulo, durante o evento O Desafio de Mensurar Impacto. O objetivo foi discutir formas de medir o valor gerado a partir dos investimentos em inovação. Participaram, além dos organizadores, membros do Spai e representantes de entidades vinculadas à secretaria e outras empresas e instituições envolvidas e interessadas no tema.
“O objetivo do Japi é fortalecer e modernizar o Spai, levando em conta que a inovação é motor de desenvolvimento econômico, social e ambiental”, afirmou Guilherme Ary Plonski, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) e professor associado da Escola Politécnica (Departamento de Engenharia da Produção), ambas da USP, que coordena o projeto.
“O Japi foi instigado e incentivado pela Secretaria e eu espero que, daqui alguns meses, possamos dispor dessas ferramentas para fazer o trabalho do Spai evoluir”, declarou no evento Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI) do Estado de SP, que foi reitor da USP no período de 2018 a 2022.
As etapas do Japi incluem a análise crítica da política pública existente; uma síntese científica sobre ambientes de inovação; o desenvolvimento de um modelo de avaliação; o mapeamento e aplicação do modelo; a criação de uma plataforma digital interativa; além de recomendações para ajustes na política pública.
De acordo com Plonski, entre as expectativas que o projeto pretende atender estão: decisões baseadas em dados, melhor alocação de recursos, ambientes mais conectados e estímulo à geração de empregos, tecnologias e desenvolvimento regional sustentável.
Além da USP, estão envolvidas na iniciativa a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Rede Paulista de Ambientes de Inovação (Rede API), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), o Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (IEA-SAA) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

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Projeto baseado em sustentabilidade
O coordenador destacou a escolha do nome do projeto, pensado para refletir propósito e responsabilidade social. “Procuramos um nome que retratasse movimento, porque acreditamos que a inovação nasce, flui e pode transformar territórios. A ideia é que nós estruturemos uma identidade que seja territorial, de referência paulista, que remeta sobre o uso consciente de tecnologia e que revele o nosso compromisso com a sustentabilidade”, disse Plonski.
O engenheiro químico, gestor universitário, pesquisador e educador ambiental Flávio Gramolelli Junior fez também uma apresentação sobre as riquezas da Serra do Japi durante o evento, considerando que a sigla do programa orientado para a inovação foi inspirado na reserva verde localizada no município de Jundiaí. Gramolelli, que é o atual superintendente da Fundação Serra do Japi, informou ao público presente que há pesquisas importantes em andamento naquela área, ressaltando a importância do trabalho científico a partir da preservação da natureza.
O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da SCTI, André Aquino, destacou no evento o trabalho conjunto de avaliação que começa a ser desenvolvido. “Precisamos encontrar metodologias robustas para medir o impacto, já que nem todos estão convencidos de que investir em inovação é um bom negócio”, disse.
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Com informações da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de SP