Evento com grande público marca aniversário de tombamento da Serra do Japi
Estudantes, professores, cientistas e autoridades participaram na manhã desta sexta-feira (6), no Paço Municipal de Jundiaí, da palestra do professor e biólogo Felipe Amorim sobre uma pesquisa de grande repercussão no meio científico internacional realizada na Serra do Japi. O evento celebrou os 37 anos do tombamento do maior patrimônio ambiental da Região, ocorrido em 8 de março de 1983, e contou com a presença de cerca de 100 pessoas.
Felipe é biólogo e professor do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Câmpus Botucatu, cujo trabalho detalha a polinização de uma planta parasita (a Scybalium fungiforme) feita por gambás.
Também marcaram presença no encontro o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, o diretor da faculdade de Biociências da Unesp, César Martins, a superintendente da Fundação Serra do Japi, Vania Plaza Nunes, o gestor da Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente (UGPUMA), Sinésio Scarabello Filho, e o diretor do Departamento de Meio Ambiente da UGPUMA, Wagner Paiva.
“Jundiaí, que é a sétima economia do estado de São Paulo e a 17ª do Brasil, trabalha para conciliar desenvolvimento econômico com boas práticas ambientais. A prefeitura trata a preservação da Serra do Japi com absoluta prioridade. É muito bom ver o resultado de uma pesquisa feita em nosso território repercutindo nas principais revistas científicas do planeta”, emendou o prefeito.
A versão on-line da revista “Ecology Society of America” já divulgou o trabalho feito em Jundiaí (acesse o artigo), replicado também pela revista “Science” e por veículos de vários países do mundo. Outras publicações estão agendando visitas para mostrar o que foi comprovado na Serra do Japi. “Nossa cidade deu exemplo ao mundo de quanto vale a pena investir na preservação do meio ambiente. O tombamento, por parte do Governo do estado de São Paulo, e o empenho de todos de Jundiaí mostraram como as políticas públicas podem preservar patrimônios como a Serra do Japi”, destacou Vania.
Amorim apresentou o trabalho intitulado “Bons céus, que animal poliniza essa planta? Histórias sobre as interações entre plantas e polinizadores e como isso afeta as nossas vidas”. Segundo o professor, existem diferentes polinizadores, não só as abelhas e beija-flores, mas vespas, ratos e gambás. “A Serra do Japi é um laboratório vivo para os pesquisadores e um patrimônio para todos nós”, emendou Felipe.
Alunos de Jundiaí
Dois alunos da Unesp que participaram da pesquisa são de Jundiaí: Gabriel Mariano Silva e João Henrique Servilha. Formado no ano passado, Gabriel reforçou a importância do tombamento da Serra do Japi para a preservação de sua biodiversidade. “Senti um gostinho especial por ter feito o trabalho na minha cidade. A felicidade foi grande com a descoberta e a repercussão mundial da pesquisa. A Serra do Japi é um lugar turístico sim, mas que deve ser frequentado por pessoas com a consciência da preservação”, disse Gabriel.
“A serra faz parte dos cerca de 12% remanescentes de Mata Atlântica no Brasil, com várias nascentes e destacada biodiversidade. Nela, pode ser encontrada uma planta parasita, a Scybalium fungiforme, que não faz fotossíntese, mas é polinizada pelo gambá, um mamífero não voador. É algo raríssimo, mas que acontece na Serra do Japi, perto de São Paulo e de grandes cidades do interior, como Campinas e Sorocaba. Isso mostra a importância de preservarmos a nossa serra”, completou João Henrique.
Vale lembrar que o gambá é um importante predador de animais peçonhentos. Ele se alimenta de cobras venenosas como a coral e a jararaca, além de escorpiões e aranhas.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ